31 de dez. de 2009

FELIZ 2010

Desejo todos os leitores do blog, um feliz Ano Novo cheio de realizações e alegrias. Que a felicidade e o amor esteja dentro de cada um de vocês e seja exteriorizado em cada atitude.
Faça a diferença nesse novo ano, trabalhe e realize todos os seus sonhos.
Que 2010 seja maravilhoso.

29 de dez. de 2009

Sociedade Vril - A face religiosa do Nazismo


A Sociedade Vril é uma sociedade secreta onde Hitler foi um de seus fundadores.
Vril é uma energia extraída ninguém sabe ao certo de onde, foi uma idéia extraída de um livro de ficção científica chamado The Coming Race, que conta a história de um homem que cai num buraco bem fundo e se depara com uma comunidade totalmente independente do mundo terrestre, seu líder é um menino com asas que possui esta energia Vril. O menino é o mestre e a energia pode ser usada para o bem ou para o mal.
Segundo historiadores, Hitler e seus companheiros buscavam incessantemente encontar esta energia e nesta busca depararam-se com outra obra, desta vez de uma mulher que trabalhava e estudava fenómenos, fazendo referência a raça ariana perdida em Atlântida.
Para suas pesquisas, esta senhora foi até o Tibete considerado berço da sabedoria.
Baseado nesta história, com uma segunda interpretação errônea de uma obra literária, Hitler também foi ao Tibete e convenceu os tibetanos de que era verdadeiramente um ancestral da raça ariana. Gastou mais dinheiro nesta busca do que os EUA na bomba atômica. Acreditavam que de posse desta energia teriam poderes ilimitados.
Aceitavam mulheres nesta seita por acharem que elas tinham poderes especiais. Praticavam sodomia e magia negra.
No livro The Coming Race, o mestre era uma criança e isto fez com que pensassem que as crianças possuíam poderes especiais, ou seja, as crianças possuíam a energia Vril em sua essência .
A suástica foi usada por muitos povos e teve várias simbologias, porém foi modificada e adotada por Hitler sendo atualmente lembrada como símbolo do nazismo. Eram conscientemente satanistas e baseados em toda esta construção ideológica praticavam as mais perversas ações que conhecemos do nazismo, com requintes de crueldade. Capturavam pessoas para práticas de tortura e mutilação durante os rituais de sacrifícios, bebiam e praticavam sexo também.
A busca pela raça ariana nada mais é do que a legitimação para o preconceito racial e a aceitação de mulheres justificava as práticas sexuais dos seguidores próximos a Hitler.
Alguns historiadores já se especializam neste assunto, mas há muito que ser estudado ainda.


Nas imagens acima, a direita do vídeo a suástica é hindu e a esquerda alemã. Este símbolo foi usado por vários povos como os Astecas, Celtas, Budistas, Gregos, Hindus, entre outros, sendo que cada cultura trazia uma simbologia diferente, mas sempre com um lado místico muito aflorado.
A suástica requer estudos paralelos
.

24 de dez. de 2009

A história do brigadeiro


A história e como foi inventado o mais famoso e apreciado docinho de festa.
O Brigadeiro foi inventado no Brasil depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Naquele tempo, era muito difícil conseguir leite fresco e açúcar para se fazer receitas de doces. Aí, descobriram que a mistura de leite condensado e chocolate resultava em um docinho bem gostoso (Brigadeiro para presidente). Ainda faltava dar um nome para o novo doce.
Na mesma época, aconteciam as eleições para presidente do Brasil, e um dos candidatos era o Brigadeiro Eduardo Gomes.
Na campanha, ele utilizava uma propaganda engraçada, que ficou na boca do povo:
“Vote no Brigadeiro que é bonito e solteiro”.
Suas eleitoras batizaram o doce em homenagem ao candidato. As mulheres que trabalhavam na campanha, em vez do “santinho” tradicional do candidato, distribuíam o docinho para ganhar votos.
Com o tempo, o brigadeiro foi ficando cada vez melhor.
Para enfeitá-lo e deixá-lo mais saboroso, foi inventado o chocolate granulado. Depois, outra receitas foram criadas a partir da original.Em outros países nosso brigadeiro é conhecido como “trufa brasileira”.

3 de dez. de 2009

ONGs criticam governos do mundo todo



Fonte: O Tempo

As ONGs ambientalistas Greenpeace e TicTacTicTac criaram outdoors para criticar a falta de ações mais concretas dos líderes mundiais contra o aquecimento global.
As ONGs colocaram os cartazes no aeroporto de Copenhague, que vai realizar a Conferência sobre Mudança Climática da ONU a partir da próxima segunda-feira (7).
Ao lado de fotomontagens com líderes como Barack Obama, presidente dos EUA, em 2020 (já com os cabelos brancos), o texto diz: "Desculpe, nós poderíamos ter impedido mudanças climáticas catastróficas... mas não impedimos".
A foto do Obama mais velho tá um misto de Lula amanhã com preto velho.

25 de nov. de 2009

As mudanças culturais na I e II Guerra Mundial

No início do século XX a Europa, mais especificamente, estava no período da Belle Époque, onde a economia e o consumo andavam de mãos dadas com a burguesia e com a arte moderna, perfeitamente aceitável no mundo elitista.
Com o início da Primeira Guerra e suas conseqüências, a visão de mundo maravilhoso cai por terra e inicia-se um questionamento de quais vantagens tais guerras poderiam trazer e por que esta elite, detentora dos meios de produção, apoiava esse massacre.
A inovação acontece com o dadaísmo, que antecede o surrealismo, na Europa Ocidental e o Construtivismo Soviético no Oriente.
O Construtivismo buscava negar a arte pura e introduzi-la no cotidiano inspiradas nas conquistas do novo operariado, era o realismo social, que dura até 1934.
O Dadaísmo surgiu e tomou forma no meio de um grupo misto de exilados em Zurique em 1916, alguns que aguardavam as ordens de Lênin para a Revolução de 1917 na Rússia. Tratava-se de um protesto niilista contra a guerra mundial e contra a sociedade que a apoiara incubando assim toda e qualquer tentativa de se fazer arte.
Atacava a arte convencional e a burguesia, seu objetivo era causar escândalo e quando Marcel Duchamp numa exposição coloca o vaso de mictório como arte instantânea, se encaixa perfeitamente no estilo dadaísta.
Enquanto o dadaísmo era visto como um protesto irônico, o surrealismo, nascido na França e sucessor do dadaísmo tinha uma postura de visão mais negativa coerente com os movimentos de protestos ocorridos na França.
Influenciado pela psicanálise de Freud (o que Freud não influenciou), em outubro de 1924 com a publicação do Manifesto Surrealista, assinado por André Breton, o movimento propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. O que contava era reconhecer a imaginação espontânea, não mediada pela racionalidade (inexistente em tempos de guerra), extraindo uma lógica do ilógico. O surrealismo influenciou fortemente outras formas de arte e poetas franceses, hispânicos, europeus e latinos transformaram a literatura num realismo mágico, foto jornalismo e cinema também sofreram influências, então, a vanguarda torna-se parte de uma cultura já estabelecida, em parte absorvida pela vida cotidiana e acima de tudo politizada. Percebe-se que nesse momento a arte deixa de ser posse da elite, tendo os artistas, muitas vezes trabalhado em função dessa elite, (não devemos esquecer os mecenatos) e passa a exercer um papel realmente social com preocupações políticas e culturais.
Dos movimentos vanguardistas, dois eram admirados por todos que gostavam de novidades artísticas: o jazz e o cinema. Os movimentos de vanguarda investiam em produções cinematográficas tanto do lado ocidental tendo Charles Chaplin como maior personagem, como na Alemanha e Rússia soviética, ou seja, foram influenciados socialistas e capitalistas.
Segundo o autor Eric Hobsbawn, o chefão de Hollywood, Carl Leammle, abastecia-se de idéias em suas visitas anuais à Alemanha, sua terra natal e transformava em cópias bem parecidas de personagens como Frankenstein, Drácula, etc...
Menos de vinte anos depois, a vida metropolitana de todo o mundo ocidental encontrava-se marcada pelo modernismo. A aerodinâmica americana ecoava o futurismo italiano. Apesar de serem obras monstruosas, o construtivismo também exerceu função importante em arquitetura, pois no período da Grande Depressão tornava a URSS não apenas atraente em sua ideologia, mas também em sua arquitetura.
O surgimento do fascismo italiano (com parcial exceção pelo futurismo), os novos regimes autoritários da direita e da esquerda preferiram prédios e vistas monumentais anacrônicas e gigantescas, assim a vanguarda alemã e russa não sobreviveriam à ascensão de Hitler e Stalin, e os dois países, na ponta de tudo que era avançado e reconhecido nas artes de 1920, quase desapareceram do panorama cultural.
A arte da vanguarda centro européia raramente expressou esperança embora seus membros politicamente reacionários se comprometerem a uma visão positivista de futuro, por convicções ideológicas.
Para a maioria dos artistas no mundo não ocidental, o problema era a modernidade, não o modernismo. Romper em definitivo com culturas enraizadas, buscando introduzir uma cultura européia, criadora de vários movimentos reacionários era quase uma missão impossível. Mesmo assim ficava claro que no século XX o homem era comum e isso se reforçou com a câmera e a reportagem, atraindo escritores que não apenas se viam como repórteres, mas também escreviam para o jornal. Nas mãos da vanguarda de esquerda os cine-documentário tornava-se movimentos com consciência própria. A foto jornalismo trazia a alusão de que a câmera não mente, assim se dá o aumento da palavra impressa cheia de fotos, a circulação de jornais nos EUA aumentou mais que sua população, dobrando de 1920 a 1950, mas apesar de seu esforço em atingir as massas menos intelectualizadas inserindo quadrinhos, o cinema foi quase desde o início um veículo de massas internacional, pois fazia poucas exigências à alfabetização e depois de começar a falar em 1920, exigência nenhuma ao público de língua inglesa. O cinema mudo com seus códigos testados de comunicação intercultural muito fez para se tornar internacionalmente familiar o inglês falado e estabelecer a língua como “patoá” global no fim do século.
O terceiro veículo de massas era o rádio que a princípio tinha seus consumidores na elite por ser um aparelho caro, mas depois da Grande Depressão e das duas Grandes Guerras, fazia parte do cotidiano das pessoas como um “companheiro” da solidão dos novos tempos. Apesar de não trazer nada de novo como a arte e o cinema, o rádio tinha a grande capacidade de transmitir, apenas os fatos, a grandes massas de uma só vez e este fato logo foi percebido por governantes que passaram á utiliza-lo como ferramenta de propaganda. A música, apesar de perder sua pureza diante de gramofones, se utilizou muito das ondas do rádio e o blues originalmente negro e americano se transforma em rock ‘n’roll, uma linguagem global de nossa cultura.
As mudanças culturais foram gigantescas atingindo todas as camadas sociais até os dias de hoje. O dadaísmo (podemos imaginar uma “virada de mesa”) abriu um leque de novidades e liberdade de pensamento que nenhum outro movimento cultural anterior obteve as mesmas proporções.

10 de nov. de 2009

Leitores, desculpem...

Gostaria de me desculpar com meus leitores, pois não estou conseguindo postar os comentários. Consigo ler mas quando posto o comentário some. Já estou tomando as devidas providências.
Leio todos, obrigada pelos comentários, já estou tomando as devidas providências e estou salvando os comentários no email.

27 de out. de 2009

TCC de História - A Comarca Penapolense.

Segundo a historiadora Sandra Jatahy Pesavento, até aproximadamente a década de 80 a história do Brasil era contada de forma totalitária dentro de uma visão marxista focada no desenvolvimento do capitalismo de uma Nação escravocrata (visão esta interrompida durante o processo do regime militar), ou então pelo método da Escola dos Annales onde sua cientificidade era baseada na coleta de arquivos organizados sequencialmente, e por isso foi criticada e acusada de reduzir a história a uma narrativa sem capacidade de explicar os fenômenos.
Na virada da década de 80 para a década de 90, estas formas de “fazer história” foram questionadas e quem mais sofreu foi o marxismo, pois ocorria a queda do Muro de Berlim e o socialismo, com sua forma simples de ser colocada em prática, deixava em dúvidas se somente a luta de classes poderia desvendar o discorrer dos fatos históricos. Cada localidade tem seu contexto e a história de cada contexto era ignorada.
Na Europa uma nova forma de analise surgia como a antropologia, a etnologia e a psicanálise de Freud, uma nova óptica para representar o mundo. Intelectuais e artistas começam a pintar o cotidiano analisando as mudanças.
O surgimento de novos agentes sociais levaram historiadores dos Annales e historiadores ingleses neo marxistas observar a prática e as experiências traduziam-se em valores, idéias e conceitos sobre o mundo.
As mudanças sociais, econômicas e culturais começaram a ser levada em conta como um conjunto de fatores capazes de traduzir a história local naquele momento, contribuindo para um contexto histórico geral.
Mas se pensarmos com mais cuidado, não são as pessoas simples que detém as condições materiais para exprimir a realidade do momento e sim filósofos, políticos, artistas, enfim uma série de pessoas de origem burguesa ou com acesso a essa burguesia, que representavam o que viam de acordo com seu meio, influenciado por ele, portanto, “A representação social não é uma cópia do real, mas uma construção feita a partir dele“ (Michael Foucault).
Fato é que as representações dizem mais do que aquilo que mostram ou enunciam , carregam sentidos ocultos, que construídos social e historicamente , se internalizam no inconsciente coletivo e se apresentam como naturais, dispensando reflexão, substituindo a realidade que representam construindo um mundo paralelo do qual as pessoas passam a viver.
A sensibilidade começa a ser levada em conta quando se exprime em ritos, palavras e imagens, em materialidade de espaço construído.
Dentro destes conceitos de representação social e micro história compondo a macro história, escolhemos como objeto de pesquisa o jornal A Comarca Penapolense, da cidade de Penápoles, hoje já extinto, mas única imprensa escrita na época, dentro do período de 1963 a 1965, ou seja, como testemunha ocular das mudanças de um governo Democrático e populista ao regime de ditadura militar. Qual foi sua postura diante das grandes modificações que o Pais estava subordinado.
Em 1963 João Goulart então Presidente do Brasil, havia sido restituído ao poder pleno por meio de um plebiscito popular contra o Parlamento que limitaria o poder do presidente, mas a população estava visando as Reformas de Base prometidas pelo Governo que incluíam reforma agrária, reforma bancária entre outras com objetivo de dar continuidade ao desenvolvimento econômico e ampliar o mercado interno. Ocorre que neste período havia também a Guerra Fria que exigia dos países periféricos uma posição capitalista dos EUA ou comunista da URSS, o chamado alinhamento.
A viagem de Jango a China, as Reformas de Base e o apoio recebido pelo PCB deram a entender aos latifundiários, banqueiros e setores industriais que havia uma grande possibilidade da implantação do comunismo no Brasil.
A economia não estava bem havia uma inflação de 100%, o Pais não crescia desde 1960, tropas de soldados subalternos exigindo maior participação política criaram as pré-condições para o Golpe.
Em treze de março de 1963 no Rio, na Central do Brasil, houve um comício que reuniu mais de 300 mil pessoas para ouvir o presidente falar das Reformas de Base e para convocar uma Assembléia Constituinte. A resposta veio rápido, pois em 19 de março junto com a igreja católica e a oposição ao governo ocorre a Marcha de Deus pela Família, que só em São Paulo reuniu mais de 400 mil pessoas. No dia seguinte era dado o Golpe Militar e o Brasil entra na Era das Ditaduras Militares baseadas na Doutrina de Segurança Nacional que era: crescimento econômico dentro do capitalismo internacional, controle da sociedade civil por parte do Estado e racionalização da administração do Estado. Esta política foi criada por estrategistas norte-americanos com objetivo de conter o comunismo. Havia uma articulação por meio de propaganda em massa e outras ações coordenadas para desestabilizar o governo.O jornal O Estado de São Paulo e A Tribuna de Carlos Lacerda também apoiaram o Golpe num primeiro momento.
O primeiro militar no poder foi Castelo Branco, que junto com outros militares objetivando a liberdade de atitudes sem precisar de aprovação de possíveis opositores, decretam o Ato Institucional n° 1 que além de cassar deputados, limita consideravelmente o poder do Congresso.
Um Ato Institucional ocasionava o outro, o AI 2 extingue partidos políticos e implanta o Bipartidarismo com o Arena e o MDB.
Daí por diante uma sucessão de restrições e perda de direitos foram acontecendo, até o fechamento completo do Ato Institucional n° 5.
Conclusões
Durante esse período na cidade de Penápolis, a impressão que se tinha era que vivíamos num paraíso propício ao consumo, pois o que mais se vê no jornal são anúncios de geladeiras e automóveis mas traçando um paralelo em nível Nacional, o governo tenta recuperar a economia incentivando o mercado interno. Observamos também um reflexo da insatisfação com o governo que foi o fato de não haver uma única linha sequer de referência a João Goulart, mas a Adhemar de Barros, então Prefeito da cidade de São Paulo e futuro candidato a Presidência havia várias referências, mas tudo por que as eleições seriam em !965, e Adhemar já estava em plena campanha, emprestando dinheiro a várias cidades do interior, tanto que a Usina Hidrelétrica do Salto de Avanhandava, que abasteceria toda a região, foi construída com dinheiro do Adhemar e encomendada para o pai do proprietário do jornal, no caso o sr. Emílio Casasco, engenheiro da prefeitura de Penápolis , cujo no cargo dirigiu várias obras públicas.
O jornal se colocava numa postura neutra, chegando a declarar publicamente que não se envolveria na política nacional, dando preferência as notícias locais.
Ocorre que quando se falava em política nacional, sua abordagem era positivista com relação aos militares, podendo esta afirmação ser observada durante uma sessão na Câmara em que em 64 um oposicionista do prefeito, baseado na limpeza dos corruptos do AI 1, pede a cassação do prefeito, o acusando de gastos pessoais com dinheiro público.
O jornal faz uma campanha ferrenha pela Marcha para Deus pela Família, sendo que no interior inteiro foi visto como um evento imperdível com direito a aviões e participação de autoridades, como o Adhemar de Barros. As famílias participavam achando que a manifestação era religiosa sendo conduzidas a engrossar um movimento que não sabiam que estava ocorrendo, principalmente no interior, onde leitores interessados e estudantes que queriam participar dos movimentos buscavam informações em fontes variadas, não na localidade. Apesar da omissão do jornal, havia estudantes penapolenses engajados e revoltados com as mudanças sociais, tanto que Geraldo Vandré, grande cantor e compositor da MPB perseguido e exilado durante o regime, segundo o jornalista e escritor SANTOS, L. A.( Penápolis Contra a Ditadura militar: Um cotidiano resistente, 2007) se refugiou por alguns dias na casa de um estudante em Penápolis.
Para Pierre Bourdeu a prática jornalística é a de informar, porém esta máxima não é imparcial, pois mesmo tende de haver uma sintonia entre o jornal e o profissional jornalista, este fica subordinado as exigências do proprietário do jornal, que representando seu grupo, ou seja, o jornal mostra o que deve ser mostrado, de acordo com a ideologia daquele grupo.

13 de out. de 2009

Revolução Gloriosa.

Vários fatores contribuíram para a Revolução Inglesa, como a insatisfação do parlamento com a monarquia, conflitos entre a igreja Anglicana e protestantes Calvinistas refletindo diretamente na economia e na vida social do Pais.
A alta aristocracia, senhores de terras, vendiam-nas para a gentry , pequena e média nobreza rural, que ao adquiri-la conquistava também prestígio social e poderes políticos, lhes dava status e direito de usar brasão.
Frente as mudanças econômicas, a Aristocracia, que formava o topo dessa hierarquia com poderes legais e grandes proprietários de terras, deveriam direcionar seu capital para o mundo dos negócios, mas a maioria era incapaz, devido ao ócio vivido até então.
Ao contrário da nobreza francesa, na Inglaterra bastava ser proprietário de terras para fazer parte dela, um pensamento empresarial de terras usadas como capital refletia diretamente na desmilitarização do poder, oposto ao francês.

O campesinato formado por pequenos proprietários e arrendatários ficou paupérrimo com a capitalização do campo e rumou sua população para a área urbana aumentando consideravelmente o número de vagabundos na cidade.

O regime absolutista implantado pelos Stuart não agradávam nem a gentry, nem a população média e baixa, nem ao baixo clero e nem aos intelectuais.
A grande diferença no reinado inglês é a presença do parlamento, mas este desde o reinado de Jaimes I, pai de Carlos I, não possuia voz ativa. O parlamento tinha como integrantes puritanos provinientes da gentry, com pensamento capitalista e liberal. Uma aversão a Corte surge comparando ela e seus costumes contraditórios com os da Nação, principalmente no que diz respeito ao ócio a ao fato de o Rei e a corte serem católicos.
O rei a qualquer contradição dissolvia o parlamento, mas em 1860, após uma grande crise que se abateu, o rei convoca novamente o parlamento que desta vez toma medidas que lhe garantiria a permanencia no poder.
Desta luta pelo poder nasce a guerra civil de onde por um lado os à favor da Monarquia, como a elite aristocrática e do outro os puritanos e as camadas mais popualares. O rei é preso e o pais fica nas mãos de parlamentares divididos.
Dentro deste combate surge o deputado Oliver Cromwel, que chefiou a cavalaria de Independentes com uma política democrática e revolucionária, pois todos os soldados eram recrutados entre os puritanos mais radicais do campo, a promoção era por mérito e discussões religiosas para todos saberem por que lutavam. Desta força nasce um novo partido político, os niveladores (Levellers).
Em 1649 o rei é executado e a Inglaterra governada por Cronwel que quando chega ao poder vira um ditador e manda acabar com os niveladores.
Em seu governo eliminou com ransos feudais e garantiu o desenvolvimento das forças capitalistas, consolidou seu poder marítimo, mas suas realizações morrem com ele, pois representava apenas a classe militaar e havia necessidade de um parlamento.
Com a restauração Carlos II sobe ao trono mas com poderes limitados pelo Parlamento, este soberano.
É possível refletir que no processo das duas revoluções, a Francesa e a Inglesa, a iniciativa partiu de uma nova burguesia interessada em acumular dinheiro, o que a igreja impedia, e para tanto era essencial a participação popular, maior prejudicada pela estagnação do comércio.
Daí o termo Revoluções Burguesas, tem a participação popular mas é iniciada pala burguesia, ao contrário da Revolução Russa, segundo alguns marxistas, a única e verdadeiramente popular.











7 de out. de 2009

Olimpíadas 2016

Fica no ar a pergunta: o que será feito das novas instalações para receber os turistas das Olimpíadas ?

Vamos analisar, serão milhões de dólares investidos em uma única cidade brasileira para receber pessoas por apenas uns 15 dias, e depois?

Sabe-se que o Rio de Janeiro, apesar de ser a "cidade maravilhosa" não oferece a melhor segurança para quem a visita em dias normais sem grandes eventos, sempre sobra uma bala perdida pra moradores ou turistas assaltados em plena Praia de Copacabana, será que numa operação relâmpago, o governo conseguirá trabalhar os policiais técnicamente, psicologicamente, capazes de discernir entre um bandido e um pai com sua família no carro . Que os cariocas não fiquem brabos comigo, mas são fatos e estatísticas que me levam a essas reflexões.

Acho que o Rio merece ser o patrono da festa, mas penso que quando as pessoas e o evento forem embora, o que será feito do que sobrou ?

Hoje o Rio não é mais visto como a única cidade brasileira que vale a pena ser visitada, existe a Bahia, com suas praias paradisíacas direcionadas pra nata da elite, que faz uma campanha ferrenha voltada ao turismo . Há também outras praias espalhadas pelo Brasil que são um verdadeiro sonho, e suas respectivas cidades mostrando o lugar como o melhor do mundo ( e falo em praias porque o Rio é uma cidade praiana, então quem opta por ir a praia, pode escolher onde e qual quer ficar). O turismo carioca tem caído ano a ano.

Toda essa minha lenga-lenga é pra dizer que tais investimentos tem que ser bem administrados para não sofrermos muitas perdas.

Será necessário a criação de um terço a mais de quartos pra acomodação de todos, reorganizar o sistema viário para assegurar o fluxo de pessoas circulando, todo um comércio que auto surgirá em decorrência do evento, enfim, uma série de mudanças que talvez não se auto sustente depois das Olimpíadas. Sendo talvez um pouco pessimista, mas talvez também realista, uma parte desses investimentos sempre é "extraviado"para o bolso de alguns e os efeitos do surgimento desse comércio, não tem bases sólidas de sustentação, pois não surgiram por que o turismo foi crescendo ao longo do tempo, mas de uma situação relâmpago que dura apenas uns 15 dias. Podem ocorrer empréstimos bancários que não serão pagos, aumento na inadimplência devido a demissões em massa, posso até afirmar que o maior veneno do comércio é não ter clientes. Tem a mercadoria comprada com prazo para pagar, tem funcionários à disposição (que custam encargos) e não tem clientes para comprar sua mercadoria, que vendida, viraria capital de giro pra pagar dívidas e funcionários.


Acho que os comerciantes devem parar de ser vistos como vilões achatadores de salários, eles também tem encargos pesados pra pagar e muitas vezes nem tiram pró-labore (que é o pagamento do patrão), as vezes pra ele mesmo sobra muito pouco e falo do pequeno comerciante, este que sonha com sua lojinha na frente do Estádio Olímpico, que finalmente fará um empréstimo no Banco em prestações à perder de vista e realizar seu sonho dourado. Dei uma visão pessimista que tem que ser considerada também, nem tudo são rosas.

Os atletas do Tiro ao Alvo estão deixando de treinar na Arena montada para os Jogos Panamericanos, porque o governo não investe no esporte e a locação do local é muito cara.

E os estádios de futebol que tem que ser reformados ou construídos para a Copa de 2014, ninguém mais tem tocado no assunto o tempo tá apertado. Como é costume brasileiro, vamos emendar 2015 pra festa se prolongar, daí chegamos em 2016 no pique para as Olimpíadas.

Tenho um amigo que fiz a pouco tempo que é português e me disse que os estádios construídos para a Eurocopa de 2004 estão abandonados, considerando que Portugal é um Pais Europeu, pioneiro nas navegações e preocupado com o desenvolvimento cultural do lugar, mesmo assim as traças estão surgindo nos estádios.

Não podemos esquecer que a mesma população que chorou quando o Brasil foi escolhido para sediar as Olimpíadas, não terá acesso a esses jogos, pois o ingresso é caríssimo, e também não esquecer que nunca houve investimentos do Governo em esportes nas escolas, que lhe dê direito a pleitiar a vaga de sede olímpica.

Se pelo menos depois dos jogos o Brasil continuar a investir nos atletas que surgirão, estamos no lucro, mas...sei não, o histórico brasileiro não favorece.

Pra frente Brasil !!!


3 de set. de 2009

As origens da Primeira Guerra

Apesar de a Inglaterra, ainda no início do século XX dominar o fabuloso poderio econômico e naval, sua preocupação primordial era manter a Pax Britânica, intercedendo sempre que necessário em assuntos internacionais ou mantendo-se completamente imparcial nas disputas, dependendo de seus interesses.
Duas potências despontavam para assuntos econômicos: o Japão e os EUA.
O Império alemão foi o grande fator de desequilíbrio. Após a derrota do movimento revolucionário por uma Alemanha democratizada, em 1848, as elites conservadoras prussianas – nobreza, burocratas e militares- sob a liderança do chanceler Bismarck, passaram a conduzir o processo de formação do Estado Nacional Alemão, que com ações de cima para baixo conseguem impor à sociedade germânica o seu modelo político- institucional autoritário e belicista.
Bismarck era um oficial de extrema competência, tanto que havia vencido a França e invadido Paris, o que deixou os franceses com um sentimento de humilhação, mais ainda com as pesadas multas impostas pela perda da Guerra e a posse de Alsácia e Lorena para o Império alemão.
Os alemães visando um futuro de glórias passam a absorver suas idéias nacionalistas onde o estado era o poder maior morrendo se necessário fosse, por ele.
Criou o 2° Reich. Ocorre que a Alemanha já havia absorvido as novidades da tecnologia capitalista e isto vai diretamente de encontro ao semi-feudalismo prussiano.
Ocorre que o povo alemão era dominado por uma casta burocrática que ordenava a obediência cega, assim o militarismo surge com um ar de dedicação havendo um estreitamento nas perspectivas mentais e políticas. Foi concedida ao povo uma boa legislação trabalhista, mas sem a força de sindicatos.
Bismarck era bem articulado, estreitou laços com a Áustria e cortejava a Itália, que brigara com a França pela posse da Tunísia, assim receosos que os católicos franceses engrossassem o atrito provocado pela anexação dos Estados Pontífices, aceitou o flerte que culminou na Tríplice Aliança.
Em 1888, Guilherme II torna-se imperador da Prússia e para evitar comparações demite Bismarck , fato este que desestabilizará os acordos diplomáticos.
A Alemanha já não é agrícola, torna-se uma Nação Industrial.
Rica em ferro e carvão, logo começou a produzir bens de produção industrial e material bélico. Este salto econômico colocou a Alemanha entre as grandes nações ricas e imperialistas. Os alemães achavam que pelo seu tamanho e poderio, deveriam controlar a Europa de forma igualitária aos outros países, mas as outras nações não a reconheciam como grande potência alemã. Deste complexo de inferioridade nasce a justificativa de seus ideais de prestígio e de uma pretensa superioridade cultural germânica.
Achavam-se melhores racial e culturalmente, para eles eram descendentes da cultura Greco-Romana sendo os mais educados e cultos do mundo moderno. O nacionalismo do segundo Reich ajudou a proliferar as idéias em clubes patrióticos, sociedades militaristas, destacando-se a Liga Pan Germânica que além da unificação alemã, buscava a expansão alemã nas colônias e na Europa. A intelectualidade aderiu e passou a desprezar acordos internacionais.
A falta de tato de Guilherme II e o receio do crescimento alemão levaram países aliados a se afastarem (exceto pelo Império Austro-Húngaro, já decadente) e países inimigos se unirem para frear a Alemanha.
Estava aberto o caminho para a ressentida Alemanha entrar em guerra com outros países.
O Império Austro-Húngaro consiste em dois Estados mantidos em termos simbólicos pelos Habsburgos, de origem austríaca e húngara.

Possuía administração separada, uma em Viena e outra em Budapeste.
Tendo como imperador Francisco José I, era um Estado de múltiplas nacionalidades.
Na Áustria havia Tchecos, poloneses, ucranianos, rutenos, eslovenos e núcleos menores de sérvios, italianos, romenos e croatas.
Na Hungria: romenos, alemães, eslovacos, croatas, sérvios e rutenos.
Os problemas derivavam da diferença de interesses econômicos, tendências políticas, diversidade de raças e idiomas.
Os Bálcãs formaram o verdadeiro barril de pólvora, pois após ser colocada sob tutela doa administração Austro-Húngara, provisoriamente, a Bósnia e Herzegovina continuavam pertencendo ao Império Otomano. Ocorre que a pequena Servia também almejava anexar àquelas áreas balcânicas sonhando com uma futura Grande Sérvia.
A Áustria, violando a Conferência de Berlim (que concedeu o território administrativamente) incorpora em definitivo a Bósnia e Herzegovina ao seu território imperial. A Sérvia se sentindo prejudicada, ciente de sua impotência recorre à Rússia, cuja política pan-eslavista pregava a identidade comum e a solidariedade entre todos os eslavos contra os germânicos. Imediatamente a Áustria recebe apoio da Alemanha, e a Rússia maltratada por guerras anteriores aconselha a Sérvia a aceitar a anexação. A Rússia, secretamente prometeu a Áustria neutralidade na indexação dos dois territórios, caso fosse apoiada em suas pretensões sobre o estreito de Bósforo e Dardanelos, porém vendo suas investidas frustradas escondeu sua participação no caso da anexação dos territórios, voltando-se momentaneamente contra a Áustria, engrossando o movimento Europeu que acusava de perturbadora da paz num território já difícil.
O arqueduque Francisco Ferdinando, mesmo ciente do risco que corria devido as uma população nacionalista e pró- Sérvia, resolveu ir a Sarajevo presidir uma cerimônia.
As organizações nacionalistas secretas, entre elas a Jovem Bósnia e a Mão Negra que congregava principalmente estudantes, preparou o atentado que matou o arqueduque e sua esposa. Setores militares queriam os responsáveis sérvios pelo atentado, apesar da própria família de Ferdinando não ter dado tanta importância.
Quando a notícia chegou a Berlim, imediatamente Guilherme II queria a guerra. Com esse respaldo a Áustria enviou um ultimato a Sérvia para que além de liquidar as sociedades secretas e aceitasse oficiais da política austríaca no inquérito para apurar a morte do arqueduque, obviamente recusado, a Áustria declara guerra a Sérvia iniciando assim a 1° Guerra Mundial.
Os aliados- França, Inglaterra e Rússia- tiveram apoio dos norte-americanos e do Japão.
Foi uma guerra sangrenta de trincheiras com o uso de dirigíveis, armas químicas, bacteriológicas e novas tecnologias. A Guerra finda em 1918 com a Alemanha vencida e condenada pelo Tratado de Versalhes a assumir a culpa pela guerra e a pagar pesados impostos em espécie e produtos (carvão para a Europa por 10 anos).
O Kaiser foge e a Alemanha muda o regime, mas a humilhação deixa rancores que serão cobrados num futuro próximo.

2 de set. de 2009

A ignorância da ditadura.

Tendo silenciado e asfixiado Geraldo Vandré, pois exilado de 1969 a 1973, após o exílio, jamais conseguiu recuperar a carreira interrompida pela censura da ditadura militar, os militares elegeram o seu novo inimigo do regime: Chico Buarque de Hollanda. No período que durou a censura e o regime militar, Chico Buarque foi o compositor e cantor mais censurado. A sua obra sofreu respingos da censura em todas as vertentes, tanto nas canções de protesto, quanto nas que feriam os costumes morais da época.

Os problemas de Chico Buarque com a censura começaram junto com a sua carreira. Em 1966, a música “Tamandaré”, incluída no repertório do show “Meu Refrão”, com Odete Lara e MPB-4, é proibida após seis meses em cartaz, por conter frases consideradas ofensivas ao patrono da marinha. Era o começo de um longo namoro entre a censura e a obra de Chico Buarque.

Exilado na Itália, de 1969 a 1970, Chico sofreria com a perseguição da censura após o retorno ao Brasil. Em 1970, recém chegado do exílio, o compositor enviou a música “Apesar de Você” para a aprovação da censura, tendo a certeza que a música seria vetada. Inesperadamente a canção foi aprovada, sendo gravada imediatamente em compacto, tornando-se um sucesso instantâneo. Já se tinha vendido mais de 100 mil cópias, era considerado "Hino da Resistência", quando um jornal comentou que a música referia-se ao presidente Médici.
Descoberta a intenção, o exército brasileiro invadiu a fábrica da Philips, apreendendo todos os discos, destruindo-os. Na confusão, esqueceram de destruir a matriz.
Chamado a interrogatório para explicar quem era o “você” da música, Chico, brilhantemente responde: “ Era uma mulher muito mandona, muito autoritária”.
Muitas obras eram mal compreendidas pelos militares, eles confundiam movimentos de liberdade cultural com obras que tivessem como objetivo ferir o governo, então, pelo sim e pelo não, confiscavam qualquer uma, que em sua visão distorcida, atacasse direta ou indiretamente o sistema.


Escolhi a música de Chico Buarque “Apesar de você”, que quando criada teve como intuito atacar os militares, sendo claramente um protesto contra a ditadura e uma prova da ignorância dos dirigentes que num primeiro momento aprovam a música e só se dão conta do protesto por meio de um jornal.

Apesar de você ( Chico Buarque - 1970)

Hoje você é quem manda /Falou, tá falado /Não tem discussão, não. /A minha gente hoje anda /Falando de lado e olhando pro chão. /Viu?Você que inventou esse Estado /Inventou de inventar /Toda escuridão /Você que inventou o pecado /Esqueceu-se de inventar o perdão. /Apesar de você amanhã há de ser outro dia. /Eu pergunto a você onde vai se esconder /Da enorme euforia? /Como vai proibir /Quando o galo insistir em cantar? /Água nova brotando /E a gente se amando sem parar. /Quando chegar o momento /Esse meu sofrimento /Vou cobrar com juros. / Juro! /Todo esse amor reprimido, /Esse grito contido, /Esse samba no escuro. /Você que inventou a tristeza /Ora tenha a finezade “desinventar”. /Você vai pagar, e é dobrado, /Cada lágrima rolada /Nesse meu penar. /Apesar de você /Amanhã há de ser outro dia. /Ainda pago pra ver /O jardim florescer /Qual você não queria. /Você vai se amargar /Vendo o dia raiar /Sem lhe pedir licença. /E eu vou morrer de rir /E esse dia há de virantes do que você pensa. /Apesar de você /Apesar de você /Amanhã há de ser outro dia. /Você vai ter que ver /A manhã renascer /E esbanjar poesia./Como vai se explicar/Vendo o céu clarear, de repente,/Impunemente?/Como vai abafar/Nosso coro a cantar,/Na sua frente./Apesar de você/Apesar de você/Amanhã há de ser outro dia./Você vai se dar mal, etc e tal ...

A crítica é clara e evidente, e demonstra a certeza de que um dia aquilo tudo, inconcebível, iria passar, e quando passasse os responsáveis seriam punidos “com juros” e assim, as pessoas voltariam a ser livres. Como a censura não percebeu?

5 de ago. de 2009

Um pouco de história II - Regime Militar

Como vimos no post anterior, havia razões de ordem política e econômica que levou ao Golpe Militar. Econômicas devido a inflação que chegou a 100% e políticas pela convicção de setores militares e civis em deter o populismo de Jango, temendo esses setores uma rebelião sindicalista podendo chegar ao comunismo.

Os EUA temendo uma nova Cuba na América Latina, apoiava o movimento militarista, chegando a citar para outros países, o Brasil como exemplo de ordem e sucesso do novo Regime.
Os militares não eram um bloco homogêneo, somente se uniram para derrubar Jango, havia setores com ideais diferentes. Destacaremos os intelectuais chamados de "sorbonia" (uma referência a Universidade francesa Sorbonne) que buscavam a purificação do Estado, eliminando a corrupção, os populistas, comunistas e visavam a restauração de um regime democrático logo que tudo estivesse em ordem, completamente oposto a filosofia da chamada linha dura que defendia total dureza com adversários do Regime por um longo período, uma ditadura.

Apesar de Castelo Branco (primeiro militar no poder) fazer parte da sorbonia, os militares achavam que seria inviável uma reestruturação Nacional da forma como queriam tendo que passar pelo Congresso, e assim surge o Ato Institucional I (AI 1) que além de fechar o Congresso, cassou direitos de deputados, aposentados, funcionários públicos e perseguição a partidos políticos.

A linha dura achava que deveria ser contido o sistema partidário, senão a Revolução perderia a força, surgindo o AI 2 que extinguia partidos políticos e dificultava a formação de novos partidos, mas para manter a legitimidade (por que os militares nunca assumiram sua repressão abertamente) criam o bipartidarismo com a Arena (governista) e o MDB (oposição consentida- os militares permitiam uma oposição que pouco ou nada falava do novo regime e é bom salientar que alguns jornais se posicionavam desta forma também, com a oposição consentida).
O Ato permitia também eleições indiretas e civis serem julgados pelo tribunal militar

As primeiras táticas para conter o movimento estudantil, foi a Lei Suplicy (em homenagem a Flávio Suplicy de Lacerda, então reitor da Universidade do Paraná, famoso por seu conservadorismo) editada em 9 de Novembro de 64 em que as entidades estudantis ficavam sujeitas ao controle do Estado, assim como Diretórios Acadêmicos e Grêmios livres, substituídos por Centros Cívicos . Em 1965 a reforma foi universitária, fruto de um acordo com uma agência educativa norte - americana, enfatizava a tecnicização do aprendizado, fragmentaria e específica destinada as necessidades da mão-de-obra do mercado, sobrando pouco espaço para formação de intelectuais mais críticos, e isto provocou uma reação no movimento estudantil, que mesmo proibido, conseguiu organizar passeatas significativas em número de pessoas.

Na área rural, tentava-se fundar sindicatos de agricultores , o que era proibido pelos militares, mas como a área a ser coberta era muito grande, ficou por conta dos fazendeiros de cada local lidar com a situação, ou seja, qualquer tentativa de formação sindical seria violentamente reprimida. O AI3 complementava seu anterior, estabelecendo as eleições indiretas para governadores do Estado, e leis mais específicas como : A Lei da Imprensa e a Lei de Segurança Nacional, elaborada por militares norte-americanos e aperfeiçoada pela ESG ( Escola Superior de Guerra), fornecia princípios ideológicos que contrapunham as revoluções comunistas.

Castelo Branco, como dissemos, fazia parte da elite intelectual militar, mas não conseguiu fazer sucessor, assim, a Linha Dura em 15 de Março de 1967, elegeu Artur da Costa e Silva, e falando de uma forma bem popular " daí o bicho pegou."
Para reconquistar a classe média e o empresariádo, o novo Governo concentrou suas forças para a economia voltada ao seu desenvolvimento e não mais estabilização e contenção de gastos públicos.
A expansão de créditos para o consumo, controle de preços básicos e sobretudo o arroxo salarial foram a fórmula usada para o "milagre econômico".
Segundo o historiador Marcos Napolitano, apesar de sugerir a liberalização do regime, alguns jornais não batia de frente com os militares, pois a economia nem sempre lhes era desfavorável, e pelo fato de temer, por meio das críticas, fortalecer a oposição.

No campo das organizações de esquerda, 1967 marcou uma série de rupturas. Membros do PC do B se desentendem, pois cada parte defendia seus métodos de resistência, o que causou o desentendimento e a fragmentação do partido.
A ANL (Aliança Nacional Libertadora), que tinha Mariguela como seu líder, ambicionava a formação de uma guerrilha armada urbana para conseguir recursos para formar uma guerrilha armada rural, base para a criação do Exército de Libertação Nacional que deveria derrubar o regime. O PC do B também decidiu montar uma base guerrilheira na região do Araguaia, que quando descobertos (por volta de 1972) foram perseguidos até a morte, escapando apenas alguns. Mariguela foi morto no centro do Rio de Janeiro.
Carlos Lamarca foi membro conhecido também por ser desertor do exército e ter fugido com um caminhão carregados de armamentos do quartel de Quitauna em Osasco (SP). Ocorre que esta luta armada não convence a população por alguns motivos, dentre eles destacam-se a fragmentação da própria oposição por desentendimentos internos, ao passo que os militares constituíam um bloco seguro e uniforme que conseguiu estabilizar a economia.

Os estudantes tornavam-se cada vez mais politizados e 1968 foi um ano muito especial no mundo todo, pois houve um grande movimento popular que se inicia na França e tinha por objetivo chamar a atenção para as necessidades de mudanças com relação aos costumes políticos e sociais, seriam modificações mais no plano cultural, isto se refletiu também aqui no Brasil (o grupo "Os Mutantes" tendo como vocalista a cantora Rita Lee é um exemplo claro das modificações culturais que se buscava), surgem várias formas de protesto contra aquele sistema autoritário, e todos procuram contribuir a sua maneira, no teatro com peças que falavam das desigualdades sociais, música, cinema com Glauber Rocha, e a participação maciça dos jovens que se tornam alvos da policia.
Em março de 68, durante um protesto pelo fechamento de um bar, ponto de encontro de estudantes, considerado subversivo pelos militares, um estudante morreu, o que causou uma verdadeira revolta entre a classe média e em 21 de junho há um grande conflito de rua entre estudantes e militares, ficou conhecida como "sexta-feira sangrenta" finalizando mais 4 estudantes mortos e 20 feridos à bala. O Regime Militar começa a perder seu apoio. A resposta veio rápido, pois em 26 de junho com a presença de artistas, políticos, intelectuais, trabalhadores e obviamente o movimento estudantil e a sociedade civil, marcava sua presença contra o regime com a "Passeata dos Cem Mil".
Com a convicção de que qualquer abertura resultaria em desordem e uma luta interna pelo poder gerou o "fechamento" ( repressão maior sobre a sociedade) que fez surgir o AI5.
Tratava-se de uma série de medidas com a volta das cassações e o fechamento político sem prazo, ou seja, duraria o tempo que fosse necessário.
Outubro de 68 foi um ano decisivo ao movimento estudantil, pois de um lado estudantes da USP, identificados como esquerda e de outro lado estudantes da Faculdade Mackenzie, sede do comando de caça aos comunistas, o que culminou num conflito público de grandes proporções. O conflito terminou com a ocupação policial e a destruição o prédio da USP, deixando uma morte e vários feridos como resultado. Alguns estudantes seguem a luta por meio das guerrilhas.
Influenciados pelo clima da época e pela revolução cubana, o regime militar atacou ferozmente tanto os estudantes quanto as guerrilhas, e tornam a tortura como prática sistemática, instrumento político, surgiam em maior número os torturadores e a dita mostrava sua face mais dura.
Costa e Silva adoece e sai do poder, há uma eleição, de portas fechadas, e a linha dura elege Emílio Garrastazu Médici, que presidiu de 1969 à 1974,(foi o período mais negro da repressão na história brasileira).
A economia crescia junto com a dependência do financiamento externo, pois neste período o FMI emprestava dinheiro aos países mais pobres para pagamento de dívidas ou investimento em infra-estrutura. Médici também não fez sucessor e como próximo presidente foi eleito Ernesto Geisel, que fazia parte dos castelistas (grupo oriundo da sobornia intelectualizada).
Com muitas ressalvas, muitas restrições, a abertura política no país se iniciava e como foi colocado por ele mesmo, se daria de forma lenta, gradual e segura, não foi fácil, pois muitas vezes Geisel se mostrou agressivo, mas segundo o historiador Boris Fausto, era uma forma de "mostrar" a linha dura que ainda havia repressão, eles não precisavam se preocupar.
É importante salientar que durante o período da ditadura, especificamente a igreja católica teve um importante papel, se posicionando contra o regime e contribuindo com a resistência.
Em 1979/80 acontecem grandes explosões de movimentos grevista com reivindicações salariais especificamente no ABC.
O último presidente militar foi João Batista Figueiredo, que representava uma excessão, pois era sucessor de Geisel dando continuidade as suas mudanças, mas Figueiredo vinha do Serviço Nacional de Informações, que era um órgão repressor, mas rapidamente, até para melhorar sua imagem, estende a liberalização "roubando " da oposição uma bandeira que foi a anistia política, onde os exilados do regime poderiam retornar ao Brasil e o fim do partidarismo, surgindo os partidos que conhecemos nos dias de hoje : PDT, PMDB, PT...
Em 1984 inicia-se o movimento "diretas já" , por eleições diretas para presidente. O movimento foi importante como fator de mobilização Nacional. Não houve corum suficiente para a aprovação da lei o que foi uma frustração. A eleição de Tancredo simboliza o fim da ditadura, mas antes da posse, uma doença o levou a morte e eu vice José Sarney ( êêê... Sarney que tá sujo no Senado) toma o poder.
Rumamos para os tempos democráticos.
SEGUE NA PRÓXIMA POSTAGEM

29 de jul. de 2009

Um pouco de História I - Período Democrático no Brasil - Getúlio Vargas

Numa Democracia Populista o Governo se apoia numa mobilização popular, principalmente pelo voto, mas na verdade quem comanda são as elites com os chefes políticos que conduzem o país sócio-economicamente, e quando percebem alguma tensão popular dão concessões com objetivo de apaziguar tais tensões sempre visando a manutenção desta elite.
Getúlio Vargas era acusado de populista e o termo varguismo seria um conjunto de ideias nacionalistas com objetivo de modernização industrial e autonomia política diante de grandes potências como EUA. Foi deputado estadual e federal, Ministro da Fazenda e assumiu a Presidência de República em 1930 através de um golpe. Eleito em 1934 e manteve no poder até 1945. Em 1951 voltou ao poder novamente como Presidente. Durante seu governo, aumentou a industrialização e em decorrência disso, com um maior poder aquisitivo e dinamização do capitalismo, a urbanização, a classe média e o operariado destacam-se neste jogo político.
A Constituição aprovada em 1946 em vigor até 1964 tinha uma política chamada Liberal Democrática , havendo divisão dos poderes - Legislativo, Executivo e Judiciário- ,voto individual para Câmara e Senado, liberdade de expressão e de imprensa e voto das mulheres.
Economicamente, o Governo de Getúlio foi do liberal ao maior controle do Estado. Neste período, com a Guerra Fria entre EUA e União Soviética, há uma confraternização das Nações o que obrigava os países a tomarem uma posição comunista ou capitalista.
Em 1950 Getúlio, ganha apoiado por empresários e trabalhadores urbanos, mas agora ele tinha que lidar com um processo democrático , divisões no interior do exército e um quadro econômico complicado pela inflação.A intervenção do Estado na economia continuava a existir (exemplo disso, a luta pela Petrobrás) e com o objetivo de "andar com as próprias pernas" surge um sentimento nacionalista, ou seja, valores nacionais adotados pelo povo.
Um dos personagens principais do populismo de Vargas, foi João Goulart, que quando Ministro do Trabalho de Vargas chegou a dar 100% de aumento de salário aos trabalhadores, fato ,esse que desagradou a elite industrial, mas que logo se conformou por lucrar muito com a industrialização Vargas. Fato é que no segundo mandato de Vargas, o populismo foi usado para manipular seus objetivos e isto assustou os conservadores.
Alguns movimentos fugiram do controle do populismo de Vargas, onde entre partidários e inimigos se destacava Carlos Lacerda , jornalista da Tribuna da Imprensa. Usando o jornal como meio de proliferação de ideias, Lacerda ataca ferozmente o populismo de Vargas. Ele incomodava o Governo.
No círculo do poder dentro do Palácio do Governo, articula-se o assassinato de Lacerda, mas mal executado, a ação foi um desastre. Mataram um major da aeronáutica no lugar de Lacerda e este passa a ser visto como mártir. A morte do major deu argumentos aos seus opositores.
Os íntimos de Getúlio eram acusados de corrupção e outras várias acusações que o próprio Getúlio chamou de "mar de lamas", os problemas o levaram a cometer suicídio com um tiro no peito em 24 de agosto de 1954. Getúlio foi a figura política mais importante do século XX no país.
Depois de sua morte, toma posse o vice Café Filho que faz uma política favorável aos opositores de Vargas.
Estabeleceu-se uma união entra PSD e PTB (união histórica) que lançaria como candidato Juscelino Kubitschek, e em outubro do mesmo ano, houve as eleições. Setores adversários de Vargas, como a UDN e militares se opuseram a posse de Juscelino.
Café Filho sofre um ataque cardíaco e seu vice tomaria posse, mas um golpe preventivo do General e político Teixeira Lott, garantiria a posse de Juscelino em janeiro de 1956.
O Governo de Juscelino se realizou relativamente tranquilo, ele muda os rumos da política econômica, usa um programa de metas admitindo num crescimento econômico incentivos e investimentos em setores privados como a Wolksvagem por exemplo.
Brasília foi um projeto urbanistico visando o desenvolvimento do Planalto Central o que se tornou emblema do avanço da civilização. Mas no final de seu Governo crises internas agravam a situação, pois as indústrias não mantiveram seu crescimento, o desemprego aumentava e consequentemente trabalhadores pressionavam o Governo para tentar estancar as desigualdades sociais.
A sucessão de Juscelino se deu de forma democrática , tendo como candidato Jânio Quadros que percebeu que a moralidade pública seria uma boa propaganda política, e Teixeira Lott, que era um general respeitado no meio militar, mas não entre as massas populares. Jânio vence as eleições em 1961.
Fez uma política conservadora, tentava controlar a inflação mas em pouco tempo perdeu o apoio da maioria que não confiava nele. Ficou no Governo por apenas 8 meses.
Ele renuncia pensando numa volta, pensando que o povo faria com ele como fizeram com Vargas, mas sua renúncia foi aceita.
Cria-se um regime parlamentarista, também rechaçado por setores interessados . Seu vice toma posse, no caso João Goulart, considerado pelas elites junto com Leonel Brizola herdeiros do Varguismo.
Com receio do que poderia acontecer, setores conservadores por meio de emendas constitucionais, limitam o poder do Presidente submetendo-o as regras do parlamentarismo, mas um plebiscito o restitui ao poder pleno em janeiro de 1963. O povo era contra o parlamentarismo por que estavam de olho nas Reformas de Base prometidas por Jango, que seriam um conjunto de ações governamentais promovedoras da reforma agrária, e bancária entre outras com objetivo de dar continuidade ao desenvolvimento econômico, ampliar o mercado interno e atender as demandas populares crescentes em todo país.
Acrescente-se ao medo dos opositores o fato de que o PTB, (partido de Jango) ter recebido apoio do PCB que acreditavam que modificações internas levaria a Revolução Socialista, havia o sucesso da Revolução Cubana em 1959, e para os conservadores, industriais, latifundiários e banqueiros, esta aliança e as Reformas de Base eram entendidas como implantação do Comunismo no Brasil.
Tudo isso desfavorecia a influência americana no Continente, e assim, os EUA passaram impedir conflitos e revoltas sociais que pudessem modificar a ordem interna do país que estivesse sob sua influència ( não podemos esquecer que haviam muitas empresas multinacionais no país).
Assim s últimos dias de Jango no poder foram conturbados e até setores da esquerda o acusavam de tímido e reformista, quando para eles a saída seria a Revolução Popular.
Ele recebia críticas de todos os lados- esquerda e direita- e sem poder atender a ambos , o Governo torna-se fraco e elite e militares iniciam uma conspiração contra ele.
A classe média (lembremos sempre que esta classe surgiu em maior escala no Governo de Vargas e temia perder o espaço já conquistado), que temia as Reformas de Base e o comunismo também queria derrubar o Governo.
Todas as crises socioeconômicas quanto a organização dos trabalhadores em movimentos sociais e sindicatos , para a elite eram sinônimos de fraqueza e com a não aprovação da elite ocorre o Golpe Militar.

Segue na próxima postagem.

30 de jun. de 2009

A educação vai bem...obrigada!

Há algum tempo, nosso governador José Serra vem trabalhado em escolas de São Paulo com as famosas apostilas. São duas, a do professor com respostas das questões e sugestões (ordens,pois não podem ser mudadas) para o planejamento das aulas e a do aluno com as perguntas e espaços para respondê-las.

Em primeiro lugar as apostilas atrasam pra chegar, ou seja, quando chegam, o professor tem que correr com a matéria por que tem prazo para seu término, em segundo lugar as apostilas vem com erros grotescos tendo que ser devolvidas atrasando mais ainda a matéria e por fim é um desrespeito a natureza, que nos dias de hoje é tão defendida pelo Greenpeace e outros órgãos, a quantidade de árvores cortadas pra se fazer essas apostilas. .

São quilos e mais quilos de papel não aproveitado ( fica a sugestão de reciclar o papel da apostila e refazer a apostila com esse mesmo papel) encostado na sala dos professores que pra piorar a situação são repetidas. É isso mesmo, as apostilas deste ano são iguais a do ano passado iguais a do retrasado, ou seja, não muda nada.

Ora, se o Governador pretende justificar seus gastos públicos em educação desta forma, é necessário que a sociedade se comova e faça alguma coisa contra essas medidas.

Não adianta investir dinheiro, só pra dizer que está investindo, em projetos sem resultado.

Sugiro que os alunos tenham seu livro referente a matéria e o professor tenha sua apostila (já que o Governo quer trabalhar desta forma) e a siga de maneira fiel sem a necessidade de trocar todos os anos e sim quando houver modificações no conteúdo.

Como se não bastasse, o Conselho Nacional da Educação propôs ao Governo (que irá aprovar) uma medida (não sei pra quê) onde os alunos do ensino médio ( 1°, 2° e 3° colegial) não terão que fazer as disciplinas chamadas "tradicionais" como história ( que absurdo), matemática e ciências, e você pensa que acabou ? nada, os alunos terão o direito de escolher qual disciplina farão. Segundo o Conselho, a ideia é ministrar as aulas de forma que o aluno se veja envolvido naquela situação, fazendo parte daquele contexto. Ora, a ciência é nada menos que a compreensão da parte física e funcional do ser humano. A história nem se fala uma vez que como professora já me deparei com alunos do 3° ano do ensino médio que não sabia explicar o nazismo e conhecia pouco Hitler. Gente, olha o perigo, olha como jovens podem se tornar presas fáceis de mal intencionados que buscam o poder usando pessoas como massa de manobra. Sem conhecer o passado não é possível planejar o futuro, sem conhecer as causas e consequências dos fatos.

Não adianta querer melhorar a educação diminuindo as disciplinas a serem ministradas mas sim, uma reforma completa dentro das escolas públicas, com substituições de diretores aposentados que acumulam cargos públicos e professores que estão a muito tempo na rede pública, e como bom funcionário público brasileiro tem por hábito tratar mal as pessoas com que lidam, neste caso os alunos, (no Brasil o funcionário público se apodera do cargo como se fosse dele, contrariando a ideia matriz de Burocracia de Max Weber, onde o funcionário torna-se encarregado daquele cargo público devendo satisfações aos seus superiores e tendo e responsabilidade de trabalhar pela soberania do Estado).
Nunca ouvi falar que em países desenvolvidos diminuissem a grade de disciplinas a serem ministradas, pelo contrário, a carga horária aumentou, veja o caso do Japão, a história do país é difundida até os dias de hoje, eles não esquecem de como foi a Segunda Guerra e suas consequências. Como banir a história como disciplina obrigatória? Nossos governantes se preocupam muito pouco com a educação, haja vista o estado de conservação da USP e de outras Universidades Federais.
Como diria Boris Casoy, "é uma vergonha".

17 de jun. de 2009

Reflita você mesmo.

Culpa do capitalismo.Parece uma frase cliché, já formada, falada e repetida inúmeras vezes, mais será que tem embasamento? Vamos analisar.


Desde o fim do feudalismo, aquele sistema em que o senhor feudal "doava" terras a camponeses para o plantio de alimentos em troca de parte da produção dos alimentos, passando pela explosão da I e II Revolução Industrial com a descoberta da máquina à vapor, novos investimentos em tecnologia e ciência e a descoberta do aço, alavancaram o aparecimento de uma nova burguesia endinheirada.

O poder de trocar dinheiro por mercadorias de todos os tipos desencadeou uma busca alucinada pelo dinheiro que será novamente trocado por mercadorias de todos os tipos. É um ciclo vicioso sem fim. Quem pode estuda para se especializar numa profissão que o enriqueça e lhe traga status, quem não pode trabalha em qualquer função ganhando um salário miserável e da forma que pode tenta entrar no ciclo vicioso, pois as formas de divulgação de regras de conduta (TV principalmente) criadas por este capitalismo atinge todas as camadas sociais.
Ocorre que periodicamente, até por sua dinamicidade, crises economicas atinge países centrais, base de sustentação deste capitalismo e num efeito dominó fragiliza todos os outros países que dependem da demanda de material de base dos países centrais. Sem a demanda, a produção diminui causando desemprego, quebra de empresas pela diminuição de exportação e de mercado interno consumidor, aumento de preços dos produtos consumidos internamente e consequentemente causando um desequilíbrio social refletido diretamente na violência.
Quando as crises económicas acontecem a tendência dos países é de se interiorizar, por meio de produção e consumo interno, alianças e com a ajuda do Estado que investe dinheiro nessas empresas.
O primeiro sinal dessa interiorização, é a xenofobia, a aversão ao estrangeiro que no mercado de trabalho é visto como concorrente, que ocupa a posição de operário que poderia ser preenchida por um filho da Nação.
Da xenofobia e da falta de valores na formação do caráter dos indivíduos, surge todos os tipos de preconceitos. Contra gays, negros, nordestinos, gordos, haja vista aquela pancadaria na Parada Gay em São Paulo em que uma pessoa ficou com traumatismo craniano, ou essa onda de neonazistas que surgem feito erva daninha em todos os cantos do país que não se dão nem ao trabalho de conhecer historicamente o surgimento de tais pensamentos e sua fundamentação teórica e saem pregando e executando a superioridade branca, a obediência cega ao líder e o silêncio das práticas internas desses grupos. É tanta audácia que buscam formar um partido político buscando espaço no Congresso para legitimar suas ações.
Não é possível afirmar que a culpa é só do capitalismo causador da falta de tempo pra se fundamentar uma família centrada com filhos menos agressivos, mas é possível identificar que depois de sua criação as relações sociais entre indivíduos tornou-se instável e depende da necessidade de mão-de-obra para o mercado para serem positivas ou negativas.
"Do jeito que as coisas vão, precisaremos de um novo iluminismo."(M.P)

7 de jun. de 2009

Nada é maior que meu amor nem mais bonito II

Visitando o blog da minha amiga e irmã espiritual, Nayara li em sua última postagem um lindo texto sobre Roberto Carlos, o Bob (para os íntimos), e inacreditávelmente, numa dessas sintonias que a gente não explica simplesmente acontece, eu estava procurando algumas músicas do Bob pra baixar. Lendo sua postagem lembrei que aproximadamente dois anos atrás, um carro passou com o volume muito, mais muito alto com uma música do Bob e ao contrário de eu ficar irritada (era domingo a tarde e estava tirando um cochilo), a música mexeu comigo de uma forma que fiquei meio comovida a tarde inteira (e não dormi mais) e pensei exatamente como minha amiga; o que me faz gostar do Bob? Puxa...são tantas emoções. A resposta é muito simples, o Bob fala com a alma, com o coração de quem já sentiu tudo aquilo que ele canta (e quem nunca sofreu por amor ou nunca esteve apaixonado loucamente?). Por mais que as pessoas digam que ele é brega (e não é porque hoje ele está na moda) ele consegue descrever emoções com palavras e uma profundidade que a gente chega a ter aquele sentimento que a música quer passar.
Também assisti ao programa em que ele cantava com elas e fiquei emocionada com a energia positiva e o romantismo que fica no ar. Hoje não existe mas romantismo, as pessoas ficam, e como é, rápido não dá tempo para surgir as afinidades e o romantismo, aquela vontade de fazer o outro feliz, o prazer de doar pra ter em troca um sorriso, isto não existe mais, infelizmente.
Sorte que Roberto Carlos existe para nos lembrar como é bom sentir o amor.

17 de mai. de 2009

A Índia que a Globo não mostra.

É até engraçado andarmos pelas ruas, ouvirmos muitos de nossos amigos e até em nossos trabalhos aquela frasezinha verdadeiramente irritante HARE BABA ( não sei se a escrita está correta mas...). Os meios de comunicação claramente à serviço do capitalismo e vantagens internacionais que este tipo de programa pode trazer, fazem pesados investimentos de olho no retorno. A Globo como órgão de comunicação internacional estimula, provavelmente com apoio do Governo Nacional e Internacional, pois, o turismo aumenta consideravelmente o comércio local, no caso indiano, aumenta a venda de passagens aéreas de turistas ávidos por uma viagem exótica, a Globo aumenta sua venda de TV por assinatura , aumenta a procura de empresas querendo colocar seu comercial no horário nobre e enfim cresce também o comércio de produtos "indianos" no Brasil. Mas a realidade é bem diferente, pois, é fato que a economia indiana está em pleno desenvolvimento, crescendo a taxas de quase 10 % ao ano ( se compararmos, o Brasil cresce 3 a 4% ao ano) esse crescimento é para poucos pois a grande maioria da população vive na mais extrema pobreza e falta de higiene. Um país sem infra-estrutura atrelado a religiosidade, onde um rio sujo, fétido, cheio de cadáveres, pois na Índia indigentes são jogados inteiros e quem tem família os restos cremados, é sagrado. Eles acreditam que o Rio Ganges é um Deus que purifica o corpo pela deteriorização e por ser um Deus pode ser usado para tudo inclusive banhar-se e no preparo dos alimentos, então ao mesmo tempo que um cadáver bóia no rio tendo suas vísceras comidas por corvos, a alguns metros dali pessoas se banham alegremente celebrando a vida. Sem contar as vacas, animaizinhos simpáticos, mas que defecam por toda parte, mesmo nas casas, pois também são sagradas tem livre acesso pelas ruas.
A ONU envia recursos constantemente ( segundo fontes de revistas) para realização de obras de saneamento básico, como construção de redes de esgoto que desviassem a sujeira que é jogada no rio, porém autoridades locais valendo-se da religiosidade do seu povo, insistem na ideia de que o Ganges é um deus e como sendo é intocável. Sendo assim é só entrar um minutinho no You Tube para nos depararmos com crianças com mal formação congénita hidrocefálicas ou gêmeas siamesas mal formadas com 4 braços e 4 pernas que na índia são consideradas deusas ( no caso a deusa Lakshmi). A falta de informação e o politeísmo indiano condenam a população a uma vida miserável ao mesmo tempo em que o país é um dos que possui o maior número de milionários, então aquelas roupinhas limpinhas, brilhantes, cheias de cores que vimos na novela é pura ilusão, ficção voltada a aumentar o consumo de vestuários para que qualquer mulher se pareça com a Juliana Paes ( beleza eleita pela Rede Globo ). Quanto mais eu vivo mais eu consigo colocar em prática preceitos aprendidos em sala de aula como o que o capitalismo se adapta, se volta e cria necessidades para sua manutenção.
HARE BABA !

5 de mai. de 2009

Progressão continuada - Parte III

...não importa se não sabem escrever, o que importa é que a mão de obra está garantida. A diferença entre o mundo moderno e o século XIX é que hoje a mão de obra é "especializada" tem que ser graduado. Para os verdadeiros intelectuais, aqueles que gostam de estudar mesmo e pesquisar as raízes das coisas não sobra quase nada. Pra sobreviver tem que dar aulas e agradecer quando aparecem pesquisas para serem desenvolvidas. Veja, a coisa começa lá atrás e todos tem interesse nisso. O que me assusta são os vários médicos que tomam anfetamina pra se manterem "ligados" no exercício da função ou de algum Sérgio Naya que contrói edifícios com areia de praia ou de professores tipo " nomes renomados" que futuramente darão aulas aos meus filhos e que podem agredi-los com palavras ou atos físicos, simplesmente por que esses pseudo-professores deixaram de frequentar as aulas de Prática e Pesquisa Pedagógica, que nos primeiros semestres é direcionado a teorias pedagógicas e formas alternativas de ministrar uma aula...tudo bem, você deve estar pensando que uma aula dessas é absolutamente desnecessária mas ninguém chegou na faculdade sabendo ser professor . Bem vinda ao mundo acadêmico.

Progressão continuada - Parte II

Daí eu pergunto: que vestibular é esse com perguntas tão fáceis? Que tipo de preparação é necessária para se ingressar numa faculdade? Quer a resposta? Dinheiro. Com dinheiro se faz tudo, o capitalismo manda completamente mesmo sem a gente querer. O comércio e as indústrias precisam tanto da mão de obra quanto do mercado consumidor e o "profissional" trabalhando e consumindo é estritamente necessário para esse círculo vicioso funcionar. Saem das escolas semi-analfabetos basicamente mal escrevendo o próprio nome, prestam aquele vestibular ridículo, ingressam numa Universidade, não assistem aulas ( já vem com esse hábito de não estudar), seguem sua sina de desgastar professores com conversinhas paralelas, comentários sem sentido e fora de hora se achando a pessoa mais engraçada da faculdade, simplesmente O CARA. Hoje o mestrado o tomou lugar da faculdade, e quem realmente quer se especializar faz mestrado. Na verdade a progressão atende todas as necessidades por que o Governo diminui o índice de analfabetismo, melhora a imagem no exterior, os "profissionais" saem graduados prontos para atender as necessidades do mercado que exige pelo menos o ensino fundamental completo ou pelo em curso...

Progressão continuada - Parte I

Progressão continuada nada mais é do que uma fábrica onde a produção é de ignorantes semi analfabetos que logo estarão no mercado de trabalho. A coisa é complicada e o círculo vicioso, pois, se pensarmos no Estado de São Paulo, onde a progressão é pioneira talvez a única no Brasil, e onde há a maior necessidade de mão de obra, ocorre uma enxurrada de "profissionais" com essa formação. Como professora agora posso afirmar que a situação interna, aquela que o governo finge que não sabe,é simplesmente periclitante. Os alunos não tem o mínimo respeito pelo professor e este, talvez desanimado ou por incompatibilidade da função não reage, assiste a tudo mudo, inerte, sem reação e quando esta aparece, vem com violência, brutalidade, uma agressão desnecessária da qual o aluno também não tem obrigação de aguentar. Então nas escolas públicas fica desta forma: os alunos fingem que aprendem, os professores fingem que ensinam e esses mesmos alunos vão prestar um vestibular ridículo por que na realidade o que as instituições querem é dinheiro pra se manterem e cumprir a folha de pagamentos dos muitos funcionários e professores. Me dando como exemplo, fiquei sem estudar por mais de 10 anos e mesmo sem pegar num livro sequer passei em 10° lugar.

3 de mai. de 2009

República Mulher

Resenha: República mulher – Entre Maria e Marianne

Desde a Revolução a figura da mulher é usada na França. Antes, o período monárquico era representado pela figura do Rei, personagem masculino, mas com a conquista da Revolução esta figura tinha que ser substituída de forma radical, com novos símbolos representando novas idéias, nada que lembrasse a monarquia, daí a adoção do feminino.
Em Roma a figura da mulher era usada como símbolo de liberdade, assim os revolucionários franceses se utilizam essa imagem fazendo algumas mudanças como o uso do barrete que trazia a simbologia de radicalidade e seios desnudos, visivelmente uma mulher do povo que lutou pela revolução.
Depois da terceira República aparece Marianne (nome popular na França) que seria personificação da República, e como reação o governo incentiva o culto a Virgem Maria o que desencadeou uma batalha de cultos que ficou conhecida como Mariolatria x Marianolatria, chegando ao ponto de haver uma oração para Marianne substituindo a oração de Virgem Maria.
Com o avanço do capitalismo e conforme os ideários eram substituídos por metas de trabalho, a figura de Marianne não fazia mais sentido dentro daquele contexto e acabou substituída pela figura do operário de dorso nu.
No Brasil a futura regente era mulher, no caso Princesa Isabel, mas sua figura foi enfraquecida por seu marido Conde D’eu que por ser francês teve sua figura vinculada a monarquia, mas a República seguia seu modelo clássico até que o governo pediu para que ela fosse representada sentada transmitindo força, segurança e calma. Sua simbologia foi irrelevante, pois, o povo não tinha acesso às artes e esta em especial era direcionada para uso doméstico.
Até 1922, os artistas eram patrocinados pelo governo, estudavam na Europa e pintavam quadros de lá, ou seja, estavam completamente influenciados pelo padrão europeu, daí o motivo de todas as obras de artistas brasileiros não retratarem a mulher nativa e sim figuras aparentemente brasileiras, mas com rostos e requinte europeu.
Comte era um desses artistas que teve muita relevância na história da arte brasileira. Para ele somente o altruísmo poderia fornecer as bases para uma convivência social e a mulher era o que melhor representava uma sociedade sem Deus.
Símbolo perfeito seria a virgem-mãe que sugere a humanidade capaz de se reproduzir.
O que acontece é um contraste entre a República dos sonhos e a real, assim a imagem cívica da mulher vai perdendo seu contexto e passa a ser ridicularizada junto com a república; a mulher se transforma em mulher da vida, prostituta. Essa imagem foi predominante entre as caricaturas.
A mulher nunca fez parte da política, nem na França entre os jacobinos que achavam que a política era para homens.
Aqui no Brasil Comte cimentou o papel da mulher atribuindo-lhe ser esposa, mãe, guardiã do lar garantia de reprodução da espécie e saúde moral da humanidade.
Os bispos se empenharam em incentivar o culto a Maria e em 1904 Nossa Senhora Aparecida foi coroada rainha do Brasil.
A representação feminina da República estava cada vez mais longe, pois a República não desenvolveu da forma desejada e não havia figura feminina cívica que obtivesse sucesso.
Morre nossa Marianne e surge a padroeira do Brasil..