Algumas pessoas tem o poder de nos tocar e marcar nossas vidas de maneira tão definitiva, que é possível renascer em nós, outra pessoa. Por vários métodos a ideologia de cada um pode se manifestar, contaminar e contagiar muitos que nos são contemporâneos.
Quando decidi fazer pós graduação, tendo a cultura como foco principal de pesquisa, a primeira obra que li a respeito foi História & História Cultural - Dra. Sandra Jatahy Pesavento, da qual posso garantir ter mudado toda minha visão pseudo - marxista, não que eu fosse ortodoxa, nunca fui, mas porque nunca tinha pensado as coisas daquela forma meio complexa, meio simples, que o conceito cultural trás. Parece que tudo ficou mais fácil de compreender, o outro já não é tão misterioso. Li esta obra durante a elaboração do meu artigo para conclusão de curso, sobre a influência do jornal A Comarca de Penápolis sobre a comunidade daquela região, no interior de São Paulo. De fundamental importância, o livro me ajudou a compreender a construção da memória coletiva, e como esta construção trabalha em benefício das instituições, implantando por meio de símbolos, regras normativas. Como um bandeirante, Sandra me abriu os olhos pra um lado da floresta que eu não sabia que existia, e que de tanta paixão pelo tema, me especializo. Ela mudou a minha ideologia. Como disse no início do post, há pessoas que tem esse poder.
Confesso minha falta de informação, mas somente há pouco tempo soube que minha fada madrinha das ideias havia falecido. É com muita tristeza que coloco este post, sendo esta a minha maneira de homenagear uma pesquisadora de tanto respeito e talento, que teve a vida ceifada por uma morte tão prematura. Dois meses antes de sua morte, fiz uma postagem aqui no blog falando sobre seu estado de saúde, tinha certeza que não seria nada grave. Me enganei.
Um comentário:
A inteligência que se perde,
a morte impede a produção
parece que a dor é maior; de
fato fica um vazio eterno.
Uma pena...
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