Há algum tempo venho observando o movimento frenético do mundo. São países tratando com outros países de maneira muito cuidadosa para não haver palavras ou mal entendidos que possam prejudicar o livre comércio globalizado, intermediários (como a ONU), cuidando para que todos permaneçam em paz, uma busca alucinada em somar capital ($) e se manter ou obter poder, manipulação das verdades e uma crescente população cada vez mais passível de convencimento, seguindo calada.
O capitalismo necessita de renovação constante, novos produtos que seduzam o consumidor fazendo com que este se sinta o último dos mortais por ainda não possuir o produto novo. Este mecanismo necessita de muita mão-de-obra e novas tecnologias que tragam maior rapidez e "vantagens" para o consumidor.
Durante muitos anos buscava-se trabalhadores para fábricas, dispostos a ficar horas repetindo o mesmo movimento em máquinas capazes de produzir centenas de produtos iguais em uma única tarde. As máquinas também evoluíram e necessitaram de mão-de-obra especializada para operá-las, mas para isso o domínio da matemática é fundamental.
Atualmente, nas redes públicas, o professor de matemática é o mais pressionado a apresentar um bom desenvolvimento nas provas do ENEM. Constataram (e descobriram a pólvora) que o método de ensino de matemática não está funcionando. Ora, não funciona a muito tempo, não havia investimento nem interesse econômico para que funcionasse, estava ali, na grade de aulas, nada mais.
Durante a era Vargas, o caráter doutrinário que o momento exigia, fazia com que as aulas de história fossem muito valorizadas, hoje, por determinação da LDB (Leis de Diretrizes e Bases), o aluno poderá escolher, no ensino médio, o curso que quer fazer. Não sou contra, de maneira nenhuma, que haja melhora para o entendimento da matemática ou qualquer outra disciplina de exatas, o que me chamou atenção é o fato de a área de humana estar sendo posta de lado dando lugar a humanos robotizados, técnicos concentrados em seus números e soluções, e cada vez menos social.
Buscando a globalização as pessoas se individualizam. Estranho isso né.
Tive essa percepção quando assistia ao economista Carlos Alberto Sardenberg afirmar que um número muito maior de estudantes, comparados ao Brasil, buscavam a área de exatas, portanto, maior significado para o PIB nacional.
Como querer a globalização sem entender outras culturas ? Como abandonar a filosofia, a antropologia, a história , a arte para compreender o outro, respeitar sua forma de pensar, de agir, como conhecer uma Guerra, suas razões e consequências? Governos populistas, fascistas, ditadores, como ?
Há uma dicotomia entre "todos nós" e "só nós", entre o mundo todo e nossa cultura, pois, ao mesmo tempo que se tem curiosidade e desejo de se relacionar com o outro há um receio da homogenização, daí a xenofobia.
A violência, as fobias tão presentes atualmente, intolerância são reflexos do homem contemporâneo. O homem não está feliz.
A suspensão progressiva e silenciosa da área de humanas no ensino público pode realmente ser perigosa a longo prazo, mas há uma luz no fim do túnel;
Do Portal Aprendiz: A Comissão de Educação e Cultura aprovou no último dia 28 o Projeto de Lei 4651/09, do deputado Gilmar Machado (PT-MG), que torna obrigatório o ensino de História em todas as séries do ensino médio. A proposta, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), estabelece ainda que o ensino de História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias que foram o povo brasileiro.
A História esclarece muitas coisas e alerta para muitas outras. Talvez um dos últimos espelhos para o homem se ver como humano.
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