O termo que usei para o título da postagem se refere ao grande historiador Eric Hobsbawn*, um dos mais respeitados da atualidade. Lógico, não tenho a pretensão de discorrer pensamentos com a mesma carga de conhecimento que ele, mas sou historiadora e sigo seus passos. Assim o termo foi escolhido pura e simplesmente por ser uma postagem de reflexão sobre situações contemporâneas, como em seu livro "A Era dos Extremos: O Breve Século XX" em que faz uma profunda reflexão dos efeitos das duas Grandes Guerras, problemas do Oriente Médio e o capitalismo com suas consequências. Ele viveu todas essas situações, têm conhecimento de sobra e autoridade pra dizer o que pensa.
Nas duas postagens anteriores os temas deixavam claro que em nome de uma civilização crescente, onde o modelo a ser seguido, nos termos burgueses, significa crescimento econômico, qualquer justificativa para se atingir esse objetivo, vale. Cultura, como sinônimo de refinamento, atrelado a uma educação elitista, e progresso econômico que leva a um maior consumo de produtos industrializados, são as metas de quase todos os paises capitalistas (considerando que quase todos o são).
Essa busca desenfreada pelo poder e acumulação de capital de uma pequena porcentagem da população mundial, leva o planeta a um possível colapso.
Desde 1945 (logo após o término da II Guerra Mundial) a energia nuclear começou a ser utilizada na criação de armas e desde 1950 como geradora de eletricidade. Usada pelos EUA para devastar Hiroshima e Nagasaki foi utilizada como arma nuclear numa demonstração de força bélica e econômica, como se mandassem uma mensagem ao Mundo que eles, sim , os Estados Unidos da América, possuiam uma arma capaz de devastar o planeta. Não mexam com eles.
Corpo carbonizado depois da Bomba de Hiroshima - 1945
Desde os descobrimentos e principalmente após a Revolução Industrial, os produtos de base e matéria prima retirada da natureza são vistos e tratados como "inesgotáveis". Devastação da floresta para a expansão do agro-negócio com a cana-de-açúcar avançando sobre o cerrado e a soja sobre a floresta. Tudo isso em nome de um consumo desenfreado e irracional onde máquinas tornam-se obsoletas em questão de meses, necessitando ser substituidas por um modelo mais atualizado. Pra que ter somente um celular, se pode ter um celular com internet, mp3, TV com canal à cabo, etc, etc..., mas você não queria só um celular? O mundo tecnológico necessita de mais profissionais, capazes de inventar e manusear novas tecnologias "necessárias" para se obter um maior conforto. O pensamento estadunidense venceu o pensamento socialista soviético, seja leninista ou stalinista, o fetiche do consumo imediato é reflexo da carência do ser humano frente à dinamicidade do capital. Neste fogo cruzado entre correntes de pensamentos, a natureza, que até o momento apenas assistia ao embate, resolveu mostrar o tamanho de sua força.
Tsunamis, terremotos, inundações, ciclones, desabamento de terras e cratéras abertas pelas chuvas em centros urbanos, são uma pequena demonstração que antes de corroermos a natureza, devemos lembrar que somos parte dela, não o todo. Nossa função enquanto parte da engrenagem de uma máquina, que funciona (deveria funcionar) como vetor para o funcionamento de outras engrenagens, seria sim, usar a tão cobiçada inteligência (único fator que nos separa de outros animais) e criar meios para o tão falado crescimento sustentável.
Infelizmente o que vimos sempre é uma sociedade completamente alienada, consumista ao extremo e altamente egocêntrica. A panela pega pressão quando além dos desastres naturais assistimos a guerras civis no Oriente contra regimes ditatoriais. Ninguém aguenta viver debaixo da bota de um ditador que geralmente suga seu povo enquanto desfruta do melhor que o dinheiro pode pagar.
Nos momentos de crise as pessoas buscam aconchego e abrigo em algo que lhes é superior e a religiosidade aparece. Neste caso do Oriente, o Islã surge como via ou alternativa em resposta a cultura ocidental que sempre se mostrou ineficaz, muito longe de ser exemplo a ser seguido.
O Brasil, continuando seu capitalismo tardio*, planeja para 2015 a construção da Usina Angra 3 no Rio de Janeiro. Também se gaba de seu crescimento econômico e enche a boca pra dizer que o brasileiro anda consumindo mais, tanto que já está entre os campeões em vendas de celulares e carros. Surge para a competição capitalista num momento em que a preservação ambiental é fundamental na conservação das espécies. As florestas, cerrados, lençóis d'agua ainda são o resto de esperança em pró da natureza.
Estão todos cegos e loucos. O momento presente é histórico e aterrorizante.
* Eric Hobsbawm nasceu em 1917 em Alexandria no Egito, e desenvolveu seus estudos em Viena, Berlim, Londres e Cambridge. Fellow da British Academy e da American Academy of Arts and Sciences, professor visitante em diversas universidades da Europa e da América, lecionou até aposentar-se no Birkbeck College, da Universidade de Londres. Desde então ensina na New School for Social Research, em Nova York. Escreveu, entre outros, A Era do Capital, A Era dos Extremos, A Era das Revoluções, A Era dos Impérios, Os Bandidos, Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo, Rebeldes Primitivos, O Breve Século XX 1914-1991, e Ecos da Marselhesa, todos publicados no Brasil. ( Fonte: Histórianet - http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=160)
* MELLO, João Manoel Cardoso de. Capitalismo tardio: UNESP.2009
Capitalismo Tardio é uma obra do historiador João Manuel Cardoso de Mello, onde aborda justamente o fato de a América Latina ter iniciado sua economia própria bem depois dos paises europeus, caracterizando sempre uma dependência do êxito econômico europeu, para êxito econômico próprio, uma vez que necessita, pelo menos, de tecnologia externa para montagem do maquinário interno.
Mega Tsunami - Costa australiana.
Infelizmente o que vimos sempre é uma sociedade completamente alienada, consumista ao extremo e altamente egocêntrica. A panela pega pressão quando além dos desastres naturais assistimos a guerras civis no Oriente contra regimes ditatoriais. Ninguém aguenta viver debaixo da bota de um ditador que geralmente suga seu povo enquanto desfruta do melhor que o dinheiro pode pagar.
Nos momentos de crise as pessoas buscam aconchego e abrigo em algo que lhes é superior e a religiosidade aparece. Neste caso do Oriente, o Islã surge como via ou alternativa em resposta a cultura ocidental que sempre se mostrou ineficaz, muito longe de ser exemplo a ser seguido.
O Brasil, continuando seu capitalismo tardio*, planeja para 2015 a construção da Usina Angra 3 no Rio de Janeiro. Também se gaba de seu crescimento econômico e enche a boca pra dizer que o brasileiro anda consumindo mais, tanto que já está entre os campeões em vendas de celulares e carros. Surge para a competição capitalista num momento em que a preservação ambiental é fundamental na conservação das espécies. As florestas, cerrados, lençóis d'agua ainda são o resto de esperança em pró da natureza.
Estão todos cegos e loucos. O momento presente é histórico e aterrorizante.
* Eric Hobsbawm nasceu em 1917 em Alexandria no Egito, e desenvolveu seus estudos em Viena, Berlim, Londres e Cambridge. Fellow da British Academy e da American Academy of Arts and Sciences, professor visitante em diversas universidades da Europa e da América, lecionou até aposentar-se no Birkbeck College, da Universidade de Londres. Desde então ensina na New School for Social Research, em Nova York. Escreveu, entre outros, A Era do Capital, A Era dos Extremos, A Era das Revoluções, A Era dos Impérios, Os Bandidos, Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo, Rebeldes Primitivos, O Breve Século XX 1914-1991, e Ecos da Marselhesa, todos publicados no Brasil. ( Fonte: Histórianet - http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=160)
* MELLO, João Manoel Cardoso de. Capitalismo tardio: UNESP.2009
Capitalismo Tardio é uma obra do historiador João Manuel Cardoso de Mello, onde aborda justamente o fato de a América Latina ter iniciado sua economia própria bem depois dos paises europeus, caracterizando sempre uma dependência do êxito econômico europeu, para êxito econômico próprio, uma vez que necessita, pelo menos, de tecnologia externa para montagem do maquinário interno.