No início do século XX a Europa, mais especificamente, estava no período da Belle Époque, onde a economia e o consumo andavam de mãos dadas com a burguesia e com a arte moderna, perfeitamente aceitável no mundo elitista.
Com o início da Primeira Guerra e suas conseqüências, a visão de mundo maravilhoso cai por terra e inicia-se um questionamento de quais vantagens tais guerras poderiam trazer e por que esta elite, detentora dos meios de produção, apoiava esse massacre.
A inovação acontece com o dadaísmo, que antecede o surrealismo, na Europa Ocidental e o Construtivismo Soviético no Oriente.
O Construtivismo buscava negar a arte pura e introduzi-la no cotidiano inspiradas nas conquistas do novo operariado, era o realismo social, que dura até 1934.
O Dadaísmo surgiu e tomou forma no meio de um grupo misto de exilados em Zurique em 1916, alguns que aguardavam as ordens de Lênin para a Revolução de 1917 na Rússia. Tratava-se de um protesto niilista contra a guerra mundial e contra a sociedade que a apoiara incubando assim toda e qualquer tentativa de se fazer arte.
Atacava a arte convencional e a burguesia, seu objetivo era causar escândalo e quando Marcel Duchamp numa exposição coloca o vaso de mictório como arte instantânea, se encaixa perfeitamente no estilo dadaísta.
Enquanto o dadaísmo era visto como um protesto irônico, o surrealismo, nascido na França e sucessor do dadaísmo tinha uma postura de visão mais negativa coerente com os movimentos de protestos ocorridos na França.
Influenciado pela psicanálise de Freud (o que Freud não influenciou), em outubro de 1924 com a publicação do Manifesto Surrealista, assinado por André Breton, o movimento propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. O que contava era reconhecer a imaginação espontânea, não mediada pela racionalidade (inexistente em tempos de guerra), extraindo uma lógica do ilógico. O surrealismo influenciou fortemente outras formas de arte e poetas franceses, hispânicos, europeus e latinos transformaram a literatura num realismo mágico, foto jornalismo e cinema também sofreram influências, então, a vanguarda torna-se parte de uma cultura já estabelecida, em parte absorvida pela vida cotidiana e acima de tudo politizada. Percebe-se que nesse momento a arte deixa de ser posse da elite, tendo os artistas, muitas vezes trabalhado em função dessa elite, (não devemos esquecer os mecenatos) e passa a exercer um papel realmente social com preocupações políticas e culturais.
Dos movimentos vanguardistas, dois eram admirados por todos que gostavam de novidades artísticas: o jazz e o cinema. Os movimentos de vanguarda investiam em produções cinematográficas tanto do lado ocidental tendo Charles Chaplin como maior personagem, como na Alemanha e Rússia soviética, ou seja, foram influenciados socialistas e capitalistas.
Segundo o autor Eric Hobsbawn, o chefão de Hollywood, Carl Leammle, abastecia-se de idéias em suas visitas anuais à Alemanha, sua terra natal e transformava em cópias bem parecidas de personagens como Frankenstein, Drácula, etc...
Menos de vinte anos depois, a vida metropolitana de todo o mundo ocidental encontrava-se marcada pelo modernismo. A aerodinâmica americana ecoava o futurismo italiano. Apesar de serem obras monstruosas, o construtivismo também exerceu função importante em arquitetura, pois no período da Grande Depressão tornava a URSS não apenas atraente em sua ideologia, mas também em sua arquitetura.
O surgimento do fascismo italiano (com parcial exceção pelo futurismo), os novos regimes autoritários da direita e da esquerda preferiram prédios e vistas monumentais anacrônicas e gigantescas, assim a vanguarda alemã e russa não sobreviveriam à ascensão de Hitler e Stalin, e os dois países, na ponta de tudo que era avançado e reconhecido nas artes de 1920, quase desapareceram do panorama cultural.
A arte da vanguarda centro européia raramente expressou esperança embora seus membros politicamente reacionários se comprometerem a uma visão positivista de futuro, por convicções ideológicas.
Para a maioria dos artistas no mundo não ocidental, o problema era a modernidade, não o modernismo. Romper em definitivo com culturas enraizadas, buscando introduzir uma cultura européia, criadora de vários movimentos reacionários era quase uma missão impossível. Mesmo assim ficava claro que no século XX o homem era comum e isso se reforçou com a câmera e a reportagem, atraindo escritores que não apenas se viam como repórteres, mas também escreviam para o jornal. Nas mãos da vanguarda de esquerda os cine-documentário tornava-se movimentos com consciência própria. A foto jornalismo trazia a alusão de que a câmera não mente, assim se dá o aumento da palavra impressa cheia de fotos, a circulação de jornais nos EUA aumentou mais que sua população, dobrando de 1920 a 1950, mas apesar de seu esforço em atingir as massas menos intelectualizadas inserindo quadrinhos, o cinema foi quase desde o início um veículo de massas internacional, pois fazia poucas exigências à alfabetização e depois de começar a falar em 1920, exigência nenhuma ao público de língua inglesa. O cinema mudo com seus códigos testados de comunicação intercultural muito fez para se tornar internacionalmente familiar o inglês falado e estabelecer a língua como “patoá” global no fim do século.
O terceiro veículo de massas era o rádio que a princípio tinha seus consumidores na elite por ser um aparelho caro, mas depois da Grande Depressão e das duas Grandes Guerras, fazia parte do cotidiano das pessoas como um “companheiro” da solidão dos novos tempos. Apesar de não trazer nada de novo como a arte e o cinema, o rádio tinha a grande capacidade de transmitir, apenas os fatos, a grandes massas de uma só vez e este fato logo foi percebido por governantes que passaram á utiliza-lo como ferramenta de propaganda. A música, apesar de perder sua pureza diante de gramofones, se utilizou muito das ondas do rádio e o blues originalmente negro e americano se transforma em rock ‘n’roll, uma linguagem global de nossa cultura.
As mudanças culturais foram gigantescas atingindo todas as camadas sociais até os dias de hoje. O dadaísmo (podemos imaginar uma “virada de mesa”) abriu um leque de novidades e liberdade de pensamento que nenhum outro movimento cultural anterior obteve as mesmas proporções.
Com o início da Primeira Guerra e suas conseqüências, a visão de mundo maravilhoso cai por terra e inicia-se um questionamento de quais vantagens tais guerras poderiam trazer e por que esta elite, detentora dos meios de produção, apoiava esse massacre.
A inovação acontece com o dadaísmo, que antecede o surrealismo, na Europa Ocidental e o Construtivismo Soviético no Oriente.
O Construtivismo buscava negar a arte pura e introduzi-la no cotidiano inspiradas nas conquistas do novo operariado, era o realismo social, que dura até 1934.
O Dadaísmo surgiu e tomou forma no meio de um grupo misto de exilados em Zurique em 1916, alguns que aguardavam as ordens de Lênin para a Revolução de 1917 na Rússia. Tratava-se de um protesto niilista contra a guerra mundial e contra a sociedade que a apoiara incubando assim toda e qualquer tentativa de se fazer arte.
Atacava a arte convencional e a burguesia, seu objetivo era causar escândalo e quando Marcel Duchamp numa exposição coloca o vaso de mictório como arte instantânea, se encaixa perfeitamente no estilo dadaísta.
Enquanto o dadaísmo era visto como um protesto irônico, o surrealismo, nascido na França e sucessor do dadaísmo tinha uma postura de visão mais negativa coerente com os movimentos de protestos ocorridos na França.
Influenciado pela psicanálise de Freud (o que Freud não influenciou), em outubro de 1924 com a publicação do Manifesto Surrealista, assinado por André Breton, o movimento propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. O que contava era reconhecer a imaginação espontânea, não mediada pela racionalidade (inexistente em tempos de guerra), extraindo uma lógica do ilógico. O surrealismo influenciou fortemente outras formas de arte e poetas franceses, hispânicos, europeus e latinos transformaram a literatura num realismo mágico, foto jornalismo e cinema também sofreram influências, então, a vanguarda torna-se parte de uma cultura já estabelecida, em parte absorvida pela vida cotidiana e acima de tudo politizada. Percebe-se que nesse momento a arte deixa de ser posse da elite, tendo os artistas, muitas vezes trabalhado em função dessa elite, (não devemos esquecer os mecenatos) e passa a exercer um papel realmente social com preocupações políticas e culturais.
Dos movimentos vanguardistas, dois eram admirados por todos que gostavam de novidades artísticas: o jazz e o cinema. Os movimentos de vanguarda investiam em produções cinematográficas tanto do lado ocidental tendo Charles Chaplin como maior personagem, como na Alemanha e Rússia soviética, ou seja, foram influenciados socialistas e capitalistas.
Segundo o autor Eric Hobsbawn, o chefão de Hollywood, Carl Leammle, abastecia-se de idéias em suas visitas anuais à Alemanha, sua terra natal e transformava em cópias bem parecidas de personagens como Frankenstein, Drácula, etc...
Menos de vinte anos depois, a vida metropolitana de todo o mundo ocidental encontrava-se marcada pelo modernismo. A aerodinâmica americana ecoava o futurismo italiano. Apesar de serem obras monstruosas, o construtivismo também exerceu função importante em arquitetura, pois no período da Grande Depressão tornava a URSS não apenas atraente em sua ideologia, mas também em sua arquitetura.
O surgimento do fascismo italiano (com parcial exceção pelo futurismo), os novos regimes autoritários da direita e da esquerda preferiram prédios e vistas monumentais anacrônicas e gigantescas, assim a vanguarda alemã e russa não sobreviveriam à ascensão de Hitler e Stalin, e os dois países, na ponta de tudo que era avançado e reconhecido nas artes de 1920, quase desapareceram do panorama cultural.
A arte da vanguarda centro européia raramente expressou esperança embora seus membros politicamente reacionários se comprometerem a uma visão positivista de futuro, por convicções ideológicas.
Para a maioria dos artistas no mundo não ocidental, o problema era a modernidade, não o modernismo. Romper em definitivo com culturas enraizadas, buscando introduzir uma cultura européia, criadora de vários movimentos reacionários era quase uma missão impossível. Mesmo assim ficava claro que no século XX o homem era comum e isso se reforçou com a câmera e a reportagem, atraindo escritores que não apenas se viam como repórteres, mas também escreviam para o jornal. Nas mãos da vanguarda de esquerda os cine-documentário tornava-se movimentos com consciência própria. A foto jornalismo trazia a alusão de que a câmera não mente, assim se dá o aumento da palavra impressa cheia de fotos, a circulação de jornais nos EUA aumentou mais que sua população, dobrando de 1920 a 1950, mas apesar de seu esforço em atingir as massas menos intelectualizadas inserindo quadrinhos, o cinema foi quase desde o início um veículo de massas internacional, pois fazia poucas exigências à alfabetização e depois de começar a falar em 1920, exigência nenhuma ao público de língua inglesa. O cinema mudo com seus códigos testados de comunicação intercultural muito fez para se tornar internacionalmente familiar o inglês falado e estabelecer a língua como “patoá” global no fim do século.
O terceiro veículo de massas era o rádio que a princípio tinha seus consumidores na elite por ser um aparelho caro, mas depois da Grande Depressão e das duas Grandes Guerras, fazia parte do cotidiano das pessoas como um “companheiro” da solidão dos novos tempos. Apesar de não trazer nada de novo como a arte e o cinema, o rádio tinha a grande capacidade de transmitir, apenas os fatos, a grandes massas de uma só vez e este fato logo foi percebido por governantes que passaram á utiliza-lo como ferramenta de propaganda. A música, apesar de perder sua pureza diante de gramofones, se utilizou muito das ondas do rádio e o blues originalmente negro e americano se transforma em rock ‘n’roll, uma linguagem global de nossa cultura.
As mudanças culturais foram gigantescas atingindo todas as camadas sociais até os dias de hoje. O dadaísmo (podemos imaginar uma “virada de mesa”) abriu um leque de novidades e liberdade de pensamento que nenhum outro movimento cultural anterior obteve as mesmas proporções.